A importância da integração sensorial no desenvolvimento infanto-juvenil

22 de março de 2022 • Por Admin

Estamos todo tempo recebendo informações do meio externo, mas cada informação sensorial isolada tem pouco significado, tal como cada nota musical por si só, numa melodia. Os sabores, sons, cheiros, movimentos, vibrações, toques, cores tem significado quando o cérebro analisa em conjunto as informações recebidas e organiza para uma resposta adequada (chamada de adaptativa), assim como notas em sincronia que se transformam em melodia numa linda canção.

Imagem ilustrativa
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Quantas vezes você para e conta quantos passos deu ao andar? Ou quais movimentos faz para pentear o cabelo? E escovar os dentes? Com pasta, sem pasta, tanto faz ou só escova porque não tem jeito, já que sente dor ou enjoo ao escovar?

Comer...hum, já deu água na boca... mas gosta de se sujar? Come tudo? Mais gelado, mais quentinha, batido, amassado, crocante ou só um tipo de cor?

Observou os detalhes pela sua janela?

Sentiu, viu ou nem notou se algo novo aconteceu?

Muitas perguntas, e aposto que muitas delas terá que analisar as respostas, pois faz parte de uma rotina que ficou automatizada e que não precisamos pensar em todas as ações.

E é assim o fluxo da vida: um mesmo cenário e diversas formas de responder aos estímulos recebidos e cada um com sua forma de organizar para "driblar" suas dificuldades.

Cada um de nós apresenta um perfil sensorial e este interfere ou contribui com a participação no contexto cotidiano.

Estamos todo tempo recebendo informações do meio externo, mas cada informação sensorial isolada tem pouco significado, tal como cada nota musical por si só, numa melodia. Os sabores, sons, cheiros, movimentos, vibrações, toques, cores tem significado quando o cérebro analisa em conjunto as informações recebidas e organiza para uma resposta adequada (chamada de adaptativa), assim como notas em sincronia que se transformam em melodia numa linda canção.

Mas em alguns casos, o que pode acontecer é que algumas crianças podem apresentar uma alteração na integração sensorial, que pode interferir na forma como essa criança responde aos estímulos recebidos. Quando o terapeuta ocupacional utiliza a teoria de Integração Sensorial em sua intervenção, é pensando no trabalho que a Drª Jean Ayres, ainda na década de 50, iniciou com suas pesquisas no campo sensorial e é dela a teoria de que “[…] a organização das sensações do corpo e do meio ambiente em um processo frequente de reconhecimento, interpretação e ação, resultam na Integração Sensorial”.

É preciso compreender o ambiente externo, compreender a percepção do próprio corpo e a relação deste corpo, com os elementos que o cercam. Portanto, a terapia de integração sensorial busca integrar todos os sistemas sensoriais, aqueles que todos nós já conhecemos (visual, auditivo, gustativos, olfativo, tátil) com os dois muito importantes e que não aprendemos na escola : vestibular e proprioceptivo, mas que influenciam diretamente na nossa percepção corporal, nas nossas respostas emocionais e de praxis( termo este que será em breve mais abordado) e todos integrados geram respostas adaptativas como movimento, coordenação, linguagem, respostas emocionais, concentração, organização e por consequência, influenciam na resposta da criança ao processo de aprendizado.

Então, com o uso de estímulos específicos para cada caso, a criança ou adolescente que possui um Transtorno do Processamento Sensorial, consegue melhorar as respostas adaptativas e, consequentemente, o seu desempenho ocupacional/funcional (nas atividades cotidianas - autocuidado, brincar, escola...)

Centro Terapêutico Multidisciplinar

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